A origem da corrupção no Brasil

A origem da corrupção no Brasil

Cerimônia de beija-mão na corte de D.João VI, em que os súditos faziam pedidos ao monarca
Cerimônia de beija-mão na corte de D.João VI, em que os súditos faziam pedidos ao monarca

Corrupção no Brasil tem origem no período colonial, diz historiadora

“Quando Portugal começou a colonização, a coroa não queria abrir mão do Brasil, mas também não estava disposta a viver aqui. Então, delegou a outras pessoas a função de ocupar a terra e de organizar as instituições aqui”, afirma a historiadora.

“Só que como convencer um fidalgo português a vir para cá sem lhe oferecer vantagens? A coroa então era permissiva, deixava que trabalhassem aqui sem vigilância. Se não, ninguém viria.”

Assim, a um oceano de distância da metrópole, criou-se um clima propício à corrupção, em que o poder e a pessoa se confundiam e eram vistos como uma coisa só, de acordo com Denise, que é professora de História do Brasil na Unesp.

No entanto, a historiadora deixa claro que a corrupção não é uma exclusividade do Brasil, é só uma peculiaridade da formação dessa característica no país. “Temos enraizado uma tradição muito forte de poder relacionado ao indivíduo que o detém”, avalia Denise. “E isso até hoje interfere na maneira como vemos os direitos e deveres desse tipo de funcionário.”

Os colonizadores vieram ao Brasil para explorar as riquezas naturais, sem se preocuparem com os índios. Aliás, é provado que os primeiros a serem corrompidos nesse país foram exatamente os indígenas, pois os portugueses os subornavam para conseguir tesouros brasileiros, os escravizavam e os roubavam.

“Temos enraizado uma tradição muito forte de poder relacionado ao indivíduo que o detém”, avalia Denise. “E isso até hoje interfere na maneira como vemos os direitos e deveres desse tipo de funcionário.”

PROPINA

No Brasil colônia, assim como hoje, a corrupção permeava diversos níveis do funcionalismo público, segundo a pesquisadora. Na época, atingia desde o governador, passando por ouvidores, tabeliães e oficiais de justiça, chegando até o funcionário mais baixo da Câmara, que era uma espécie de fiscal de assuntos cotidiano.

A historiadora conta que documentos mostram esse funcionário protegendo ou favorecendo um vendedor mediante propina.
Se a corrupção encontrou um terreno fértil nas instituições políticas do litoral, a situação era ainda mais grave na colonização de regiões como Minas Gerais, Goiás e o sul do país.

Ainda mais longe dos olhos da coroa, esses locais só eram acessíveis após meses de caminhada – o que exigia ainda mais incentivos para os “fidalgos-desbravadores”.

“A coroa portuguesa estimulava pessoas e dizia: ‘vão para o interior e podem mandar à vontade por lá’, na tentativa de garantir a soberania do império com alguém morando no local”, diz Denise.

A escravidão, segundo a historiadora, também contribuiu para o desenvolvimento da corrupção no país. Isso porque era a única relação de trabalho existente, deixando o trabalho livre sem qualquer tipo de norma para regê-lo.

Essa realidade criava um ambiente vulnerável, em que não era claro, por exemplo, os deveres de um guarda municipal – abrindo, de novo, possibilidade de suborno e outros tipos de corrupção.

Protesto anti-corrupção em Brasília: especialista avalia que jovens estão mais conscientes
Protesto anti-corrupção em Brasília: especialista avalia que jovens estão mais conscientes

HOJE EM DIA – Por que continuamos assim ? O que fazer ? Quais os erros cometidos pela sociedade e o estado ?

Hoje em dia esquecemos como nossa rotina nos mostra o lado corrupto humano: o motorista que oferece uma cerveja para o guarda não multá-lo. O fiscal que cobra uma “ajuda” do comerciante. O ministro que compra apoio político. A corrupção está enraizada em vários setores da sociedade brasileira. E nada disso é recente, como vimos através da explicação da historiadora Denise Moura.

A psicóloga Lizete Verillo, diretora da ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção ela nunca esteve tão otimista – e justamente por causa dos jovens.

A explosão das redes sociais, que são extremamente populares entre os jovens é uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização.

Mas se a internet está ajudando os jovens, na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento e conscientizá-los sobre a corrupção.

“Em geral, a escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto”, diz a diretora. “É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania.”

POLÍTICOS x CIDADÃO COMUM

Os especialistas concordam que a corrupção do cotidiano acaba sendo alimentada pela corrupção política.

Se há impunidade no alto escalão, cria-se, segundo Lizete, um clima para que isso se replique no cotidiano do cidadão comum, com consequências graves. Isso porque a corrupção prejudica vários níveis da sociedade e cria um ciclo vicioso, caso de uma empresa que não consegue nota fiscal e, assim, não presta contas honestamente.

De acordo com o Ministério Público, a corrupção corrói vários níveis da sociedade, da prestação dos serviços públicos ao desenvolvimento social e econômico do país, e compromete a vida das gerações atuais e futuras.

 Materiais utilizados 

Corrupção no Brasil tem origem no período colonial http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121026_corrupcao_origens_mdb.shtml

Lista aponta 10 práticas de corrupção no dia-dia do brasileiro http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121024_corrupcao_lista_mdb.shtml

Qual a origem da corrupção brasileira ?

http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/qual-a-origem-da-corrupcao-no-brasil.html

A Corrupção no Tempo de Dom Pedro (1808) – A corte no Brasil (Globo News)

OPINIÃO – O termômetro do futebol brasileiro


A temporada de 2015 começou!

Algumas contratações, muitas dificuldades econômicas, a manutenção no cargo de muitos treinadores na elite do futebol nacional e as dúvidas constantes sobre quais problemas limitam o retorno ao protagonismo individual e coletivo, do jogador e do jogo brasileiro, no cenário mundial.

Nas mesas redondas e reportagens que se discutem tais problemas, tem sido comum apontarem: o trabalho desenvolvido nas categorias de base, a pressão constante por resultados que afeta a qualidade do jogo, o desaparecimento gradativo dos campos de várzea (e, consequentemente, dos craques), a gestão predominantemente não profissional da maioria dos clubes brasileiros e até a baixa qualificação profissional dos nossos treinadores.

Opiniões com visão mais ampliada inter-relacionam os fatos e diagnosticam que um conjunto de elementos de todas as áreas que envolvem a modalidade, seja política, técnica ou administrativa, estão desajustados. Isto reflete negativamente nos 90 minutos.

Afinal, como atividade-fim, os 90 minutos (e somente eles) importam. É por esta preciosa hora e meia que todos os processos de um clube, dos administrativos aos técnicos são planejados e executados.

Sucesso terão os clubes que aliada às buscas por vitórias nos 90 minutos privilegiarem a sustentabilidade e o lucro como prática organizacional.

Sabemos, no entanto, que a obsessão pela vitória a qualquer custo desconsidera a fórmula básica de uma gestão empresarial.

Retomando o foco do texto para os 90 minutos e, mais especificamente, para o produto tático que muitas equipes do nosso futebol têm apresentado, na sequência da coluna serão divulgadas duas imagens (transferidas ao software Tactical Pad) extraídas de um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro.

O objetivo da exposição destas imagens é instigá-lo e questioná-lo sobre como terminamos a temporada anterior e cronologicamente iniciamos a temporada atual, sem tempo hábil para profundas transformações em nosso jogo.

Abaixo, a primeira imagem:


A equipe do lado esquerdo da imagem tem a posse de bola com o jogador destacado. O adversário, em organização defensiva, mostra-se estruturado em 1-4-2-3-1, com a linha de defesa identificada em vermelho, de volantes em laranja e de meias em amarelo.

Nesta jogada, a equipe com posse realizou uma circulação da bola, alterou o corredor de ataque e realizou as seguintes movimentações durante a referida circulação:

Na sequência, a resposta coletiva da equipe sem bola na tentativa de neutralizar o ataque oponente:


Não “cobrir” a bola (pressionando a região do oponente portador da bola), expor o eixo central e acompanhar individualmente as trocas de posição gerando espaços vazios perigosos são alguns comportamentos de jogo que podemos observar nesta imagem.

Incomoda afirmar que as respostas desta equipe, bem diferentes do que as principais equipes do futebol mundial executariam num lance semelhante, também é a resposta de muitas outras espalhadas pelo país.

No final das contas, o que vale são os 90 minutos. No futebol brasileiro atual temos apresentado problemas durante boa parte deste tempo.

Texto por Eduardo Barros, da Universidade do Futebol.

ESPN mostra escândalo de corrupção futsal

ESPN mostra escândalo de corrupção futsal

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Comprovante de pagamento a Edileide Menezes, esposa de Renan Menezes

A cúpula da Confederação Brasileira de Futsal – CBFS – será investigada nos próximos dias por um caso de desvio de dinheiro através de empresa fantasma. A reportagem doESPN.com.br teve acesso a documentos que na próxima segunda-feira serão entregues juntamente com uma queixa crime à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público.

O então vice presidente de competições da entidade e hoje presidente da Confederação, Renan Menezes, e Louise Bedê, atual vice de administração, receberam durante 2013 parcelas de R$ 10 mil por meio da ARFE, firma de “produção e logística de eventos” de propriedade de Armando Gondin, genro de Aécio de Borba, ex-mandatário da CBFS.

As parcelas de “gratificação pecuniária prevista no estatuto da CBFS” (segundo consta no recibo assinado por Renan Menezes) seriam mensais segundo a acusação e, como demonstram os documentos obtidos pelo ESPN.com.br, chegaram também à conta corrente da esposa de Renan, Edineide Menezes, que nunca foi funcionária da CBFS.

A continuação da materia original pode ser lida aqui